Organização Mundial de Saúde anuncia retomada de estudos para testar eficácia de cloroquina contra covid-19

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REUTERS/Yves Herman

PEDRO IVO DE OLIVEIRA

Após a análise de um estudo publicado pela revista médico-científica The Lancet, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou nesta quarta-feira (03) durante coletiva de imprensa que o grupo responsável retomará os protocolos com a cloroquina e sua variante mais recente, a hidroxicloroquina.

“Como vocês sabem, na última semana o Grupo Executivo dos Testes de Solidariedade [nome dado ao grupo de pesquisa que busca medicamentos eficazes contra o SARS-CoV-2] decidiu suspender o ramo de testes com hidroxicloroquina por preocupação no uso da droga. Essa foi uma decisão de precaução. Com base nos dados disponíveis, os membros recomendaram que não há razões para suspender o protocolo de testes”, afirmou Tedros.

A suspensão durou dez dias (o anúncio foi feito em 25 de maio). Os testes com a hidroxicloroquina serão retomados com 3.500 pacientes em 35 países, informou o diretor-geral. Vários especialistas do mundo inteiro já haviam se manifestado contra a metodologia de mineração de dados usada pela Surgisphere – empresa responsável por coletar números para o estudo.

“A OMS está comprometida em acelerar o desenvolvimento de terapias eficazes, vacinas e diagnósticos [contra a covid-19]  como parte do nosso compromisso em servir o mundo com ciência, resolução de problemas e solidariedade”, complementou.

Remessa – A decisão vem logo em seguida ao anúncio da doação de 2 milhões de doses de hidroxicloroquina ao Brasil feita pelos Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, também enviou respiradores mecânicos.

Estudo interrompido – A OMS suspendeu os testes com a hidroxicloroquina, medicamento para malária, em pacientes com covid-19 em razão de questões de segurança, informou, dia 25 de maio, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A hidroxicoloroquina vinha sido apontada pelo presidente Jair Bolsonaro, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e por outros como um possível tratamento para a doença causada pelo novo coronavírus. O presidente norte-americano afirmou que estava tomando o medicamento para ajudar a prevenir a infecção.

“O grupo executivo tem implementado uma pausa temporária do ramo da hidroxicloroquina no estudo Solidarity, enquanto os dados de segurança são revisados ​​pelo conselho de monitoramento de segurança de dados”, disse Tedros em uma entrevista online.

Ele afirmou que os outros ramos do estudo – uma importante iniciativa internacional para realizar testes clínicos de possíveis tratamentos para o vírus – continuavam.

Anteriormente, a OMS já havia recomendando contra o uso da hidroxicloroquina no tratamento ou prevenção de infecções pelo coronavírus, exceto como parte de ensaios clínicos.

Mike Ryan, chefe do programa de emergências da OMS, disse que a decisão de suspender os testes com hidroxicloroquina tinha sido tomada por “muita cautela”.

(Agência Brasil)

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