A frase polêmica do vice de Bolsonaro veio quando ele fazia uma apresentação sobre as condições de subdesenvolvimento e conflitos políticos e sociais da América Latina, na sua avaliação, um “condomínio de países periféricos”. Quando menciou a “malandragem” dos africanos, desculpou-se com o vereador negro Edson da Rosa (MDB), que estava na mesa de autoridades.
“E o nosso Brasil? Já citei nosso porte estratégico. Mas tem uma dificuldade para transformar isso em poder. Ainda existe o famoso ‘complexo de vira-lata’ aqui no nosso país, infelizmente. Nós temos que superar isso. Está aí essa crise política, econômica e psicossocial. Temos uma herança cultural, uma herança que tem muita gente que gosta do privilégio. Mas existe uma tendência do camarada querer aquele privilégio para ele. Não pode ser assim. Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson Rosa [vereador negro presente na mesa], nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, esse é o nosso cadinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas”, filosofou o general Mourão.
Hamilton Mourão defendeu políticas sociais para resolver o problema da violência e do tráfico de drogas, entre elas a criação de escolas e a urbanização de comunidades, onde o tráfico e a milícia controlam serviços como água, luz e internet.
No plano econômico, Mourão defendeu o livre mercado, privatizações e ajuste fiscal. Indagado se concorda com a privatização da Petrobras, como defendida por Bolsonaro na GloboNews, o general disse que “não tem nada contra”. Segundo ele, Bolsonaro “vai estudar a melhor forma de isso acontecer, se for necessário”.
Sobre a possibilidade de o ex-presidente Lula vir a participar da eleição, disse que “ele não pode concorrer, de acordo com a lei”.
(Com dados da Veja e foto do Diário Catarinense)